sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Agora...

Estou vivendo uma fase instantista.

O Presente é tudo que tenho e não consigo conceber a idéia de pensar muito a frente, fazer planos para um futuro longínquo.

Onde estou hoje, não é onde me imaginei estar quando tinha dez, doze, quinze, vinte, vinte e três ou vinte e cinco anos. Nem mesmo é como imaginei a seis meses, trinta dias ou semana passada.

Para que fazer grandes planos, se sempre acabamos nos levando para outros lados?

Isso não quer dizer que eu não vá atrás do que quero, muito pelo contrário.

Só procuro todo dia um novo começo e um novo fim, tornando um ciclo, dando pequenos passos, um dia de cada vez.

Vi pessoas deixarem a vida com muitos sonhos e conquistas pendentes, e isso é bastante triste.

Encerro meu ciclo diário tendo ido até o fim, por isso acabo dormindo tarde e não sei se chego até o final do dia seguinte.

Poucas contas pra pagar, cheio de tralhas que me trazem instantes de felicidade e pessoas que florescem minha vida.

Quero que acabe como um livro já publicado e não como anotações cheias de reticências.

Prioridades eu tenho sim, elas fazem eu ter um rumo - tênue, embaçado - mas são as "secundariedades" que tornam suportável a espera pelo amanhã.

Só tenho planos longos para uma pessoa, um pedaço de mim, meu filho, minha cria, minha prole.

Mas pode não ser como imagino daqui a dez, quinze, vinte anos ou trinta dias, mas ele merece que eu cuide dele, da forma que puder, que conseguir ou que os dias mostrarem ser possível.

O Futuro é inalcançável, planos só dão certo no campo das idéias, pois, quando executados, encontram-se com fatores impossíveis de se calcular.

Felizmente é assim.

A vida seria tão sem graça se fosse previsível, não é mesmo?

O bom de não criar muitas expectativas, é não ter grandes decepções e se surpreender mais facilmente.

Não se enganem, não estou perdido, só estou vendo o caminho de uma forma diferente.

Também não me arrependo do que já passou, é perda de tempo e me ensinou muito. Aceito as consequências dos meu atos, das minhas escolhas.

Parei de tentar imaginar o como poderia ter sido se fosse diferente, se tivesse agido diferente. É inútil.

Posso sonhar como seria ganhar na mega-sena, ou como seria um apocalipse zumbi, pois ambas as coisas possuem quase a mesma probabilidade de acontecer, que é quase nula, mas deixo o machado do lado da porta.

Estou preparado para o que for, o que vier, não importa o que seja, pro bem ou pro mal, pois sei que será mais um momento, e que esse momento vai passar também, deixando cicatrizes, lições e ensinamentos. E, como um bom Ser Humano, que é apenas o que sou, vou superar de novo. E de novo, e de novo, e de novo, e quantas vezes for necessário.

Esperança? Claro, assim como uma boa dose de Vodka, é sempre bem vinda, mas não dá pra pra se deixar embriagar permanentemente com nenhuma das duas, ou acabará deixando passar a realidade sem notar...

Consciente, de quem e o que sou, de onde vim e como estou, mas para onde vou, só o tempo pra dizer.

Um comentário:

Anônimo disse...

"Quero que minha vida acabe como um livro já publicado, e não como anotações com reticências..."

Essa frase, levarei pra minha vida.
Obrigada por compartilhar teus devaneios.